quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mitos e lutas desfocadas

Os quarentões devem lembrar do sufoco que vivemos no início dos anos 90 com uma inflação absurda, galopante e com os preços aumentando num ritmo alucinado: numa hora o preço da mercadoria era um, quinze minutos depois o preço era outro.

Na ocasião essa majoração dos preços era atribuída à inflação.

Mais tarde, porém, quando finalmente se conseguiu conter a inflação em patamares mais civilizados a verdade veio à tona: muitas empresas aproveitavam a inflação descontrolada para aumentar sua lucratividade baseando-se num modelo de negócios que se beneficiava do descontrole da população sobre a desvalorização do dinheiro.
Hoje vemos o mesmo fenômeno mas noutra esfera: a tributária.
Que o Brasil tem uma carga tributária muito elevada isso não é segredo e nem novidade.
Atribuem-se a essa carga tributária os elevados preços que o brasileiro paga em todo e qualquer produto ou serviço: de telefonia a petróleo, de carro a geladeira.
Mas a verdade parece ser bem outra: bancos, montadoras, concessionárias de serviços públicos, lojas de produtos importados e etc. usam os tributos como subterfúgio para manter seus preços em patamares astronômicos.
O escândalo da Daslú, por exemplo, expôs como um calçado cujo preço de custo é US$80,00 chega ao destinatário final brasileiro ao preço de R$ 3.000,00.
As maracutaias atribuídas à empresa dão conta de que ela subfaturava mercadorias para pagar menos impostos e com isso seu lucro chegava às nuves.
O que causa espanto é que um produto de US$80,00, mesmo que negociado ao câmbio de R$ 2,50, chegaria ao Brasil pelo valor de R$ 200,00. Se a carga tributária acrescida de custos fosse equivalente (mas não é) a 6x o valor do produto em questão ainda assim estaríamos falando de um produto cujo custo estaria na casa dos R$ 800,00 vendido a R$ 3.000,00 para o consumidor que, ao final, pagaria cerca de 400% pode lucro.
O mesmo se dá com as montadoras. O caso da CAOA serve de exemplo máximo da distorção a que se pode chegar: um veículo que no exterior - para o consumidor final - custa algo como US$ 30.000,00 (é o caso do carro Santa Fé) hoje é vendido a R$ 99.000,00 (noventa e nove mil reais) "beneficiado pela baixa de IPI". A questão é que há mais de um ano atrás, quando o dolar estava no patamar de R$2,00, esse mesmo carro era negociado por cerca de R$ 230.000,00. Curiosamente o dólar abaixou e o valor do carro se manteve o mesmo. Nesse ínterim veio a crise, o dolar aumentou e o carro despencou de preço numa proporção que outros carros da mesma marca não tiveram.
As demais montadoras brasileiras todo ano batem record de venda mas o preço é sempre alto e nunca cai: vejam se por acaso algum produto teve seu preço beneficiado pela queda do CPMF?
Bancos também: lucram ano após ano, batem recordes e a situação do Brasil é culpa do imposto?
A questão é que no Brasil, sobretudo as grandes empresas, têm lucratividade que jamais teriam em qualquer outro lugar do mundo e remetem divisas para suas controladoras no exterior. Tal como na época em que o Brasil foi descoberto, ainda hoje somos vitimados pela extração de riquesas e exploração de nosso povo inculto.
Os empresários obscurecem a verdade para garantirem a satisfação de sua ganância e não podemos tolerar mais isso.
Dizer que os preços de tudo são elevados por causa dos impostos é mito.
Temos que focar nossas lutas por um país mais justo, no qual os impostos sejam de fato bem utilizados e os preços sejam honestos, sem desculpas esfarrapadas.
Que importa se os impostos consumirem 50% de nossa renda se cada um de nós não precisar mais arcar com o custo financeiro e social de escolas párticulares, planos de saúde privados, previdência privada, seguros contra furto e roubo e tudo mais que, no fim das contas, pagamos em dobro porque o destino dos impostos é o bolso dos corruptos?
Brigar para diminuir imposto é desfocar a luta: devemos moralizar o país, exigir que empresários e políticos sejam postos em seus devidos lugares. Uns na cadeia e outros na falência, porque é isso que muitos deles merecem.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gripe Suína




Eu, que detesto futebol, por via das dúvidas já não cumprimento mais palmeirese antes de me certificar que estou livre de contaminação...rsrs

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O presidente LUGO e a sexualidade na Igreja

Tá aí um tema mais do que controverso: as vistas grossas da Igreja Católica para o sexo praticado entre fiéis e os "batinados".

De sexo consentido (de cunho hetero ou homossexual) a abusos praticados contra menores, o que não faltam são escândalos envolvendo figuras eclesiásticas.

E a Igreja, o que faz? Quanto a isso, nada. Prefere propalar o pecado da relação homoafetiva, comparar o aborto ao holocausto, propagar o não uso de preservativos e declarar a excomunhão de familiares e médicos que auxiliaram o aborto num caso envolvendo pedofilia praticada por um padrasto.

O caso do Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, é emblemático. O cidadão enquanto era bispo seguiu à risca a lei divina que dizia para o ser humano crescer e multiplicar-se. Parece que ele era fã do Pelé e saiu fazendo gol: fez seis filhos em fiéis diferentes.

E a Igreja, o que disse a respeito? Nada!

Também, o que é de se esperar de uma entidade que age com omissão diante de questões ainda mais graves como o caso da Diocese de Boston? (http://www.diariopopular.com.br/05_12_02/as041205.html)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Feeling Good

Estou sem inspiração para escrever algo por isso faço minhas palavras a linda música da Nina Simone:

Birds flying high
You know how I feel
Sun in the sky
You know how I feel
Breeze driftin´ on by
You know how I feel
It´s a new dawn
It´s a new day
It´s a new life
For me
And I´m feeling good
Fish in the sea
You know how I feel
River running free
You know how I feel
Blossom on the tree
You know how I feel
It´s a new dawn
It´s a new day
It´s a new life
For me
And I´m feeling good
Dragonfly out in the sun you know what I mean, don´t you know
Butterflies all havin´ fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That´s what I mean
And this old world is a new world
And a bold world
For me
Stars when you shine
You know how I feel
Scent of the pine
You know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel
It´s a new dawn
It´s a new day
It´s a new life
For me
And I´m feeling good

domingo, 12 de abril de 2009

Pessach ou Páscoa


Nessa época do ano recebo vários e.mails tratando de reflexões sobre o "espírito da Páscoa", como se esse espírito fosse de fato algo maior que o desejo ardente de muitos de aproveitar mais um feriado longo ou de bater metas de vendas de chocolate.


Chega a dar raiva o tanto de e.mail que recebo para me lembrar da grande mensagem e da reflexão que devemos fazer nessa época do ano...


A Páscoa tem origem na expressão Pessach que, em hebarico, quer dizer "passagem" e além de ser uma comemoração pagã de passagem do inverno para a primavera é, também, a celebração da libertação do povo hebreu que vivia em escravidão no Egito.


Mas para o Cristão a celebração de passagem está ligada à passagem de Jesus desta vida na terra para outra ao lado do PAI com o destaque para a ressurreição que significava a vitória sobre a morte. Note-se que estudiosos apontam para o fato de que a pretensa última ceia de Jesus se deu em período contemporâneo ao Pessach, por isso comemoram-na na mesma época.


Há os mais céticos que entendem que a Páscoa Cristã, como as demais comemorações religiosas cristãs, nada tem de efetivo e verdadeiro do ponto de vista histórico sendo, apenas e tão somente, instrumento político de dominação de massas impondo-se-lhes a substituição das comemorações pagãs ou de outras religiões por aquelas inventadas e sobrepostas nas mesmas épocas para assegurar a hegemonia dos Católicos.


De toda sorte, não sendo Cristão ou Judeu e estando no hemisfério Sul - no qual as estações que se alteram são verão e outono - pergunto: qual o espírito da Páscoa? Respondo: o prazer de mais uma vez estar reunido em família bebendo, comendo, rindo, vendo minhas sobrinhas crescerem e pegando um sol na praia sempre que dá para aproveitar o feriado.


É isso e mais nada.


Assim, para aqueles que me mandam esses e.mails falando cansativamente da mensagem pascal e seu espírito, eu peço gentilmente: poupem-me o tempo gasto apagando essas mensagens.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Kosher

Kosher em hebraico significa apropriado. Alimento kosher é aquele apropriado ao enriquecimento do corpo, templo da alma, e pronto para não maculá-lo com impuresas.
Parece que nos EUA vioru moda chamar de não kosher tudo quanto não fosse bom ou conveniente.
Estou pensando em lançar uma linha de políticos kosher, ou seja, apropriados para não macular ainda mais a alma de nossa nação.

São Paulo sem fumo: graças a Deus


Apoio de forma incondicional a lei anti fumo que vigorará em Sampa dentro de alguns dias.


Indebitavelmente a única providência decente do PSDB em São Paulo.


Afinal, depois de estraçalhar o Poder Judiciário, aprofundar a corrupção na polícia, analfabetizar a população que depende de escola pública, aumentar o ITBI e em cascata o valor das escrituras e dos registros imobiliários, alguém ousou fazer algo produtivo: erradicar o fumo de ambientes públicos.


Nada contra os fumantes. Mas tudo contra o hábito de fumar junto comigo em ambientes fechados, mesmo que separados por uma mísera portinhola.


Cresci em meio a pessoas que fumavam cgarros: meus pais, professores, padres e freiras.


Curiosamente, contudo, meus amigos e eu não fumamos. Na verdade há uns dois ou três gatos pingados que fumam sim, mas são nada num universo de mais de 100 amigos.


Vez por outra nos divertimos fumando narguilé ou cachimbo. Há ocasiões em que até charutos experimentamos.


Por isso volto a dizer: nada contra os fumantes.


A questão é que, do mesmo modo como restringimos o hábito de fumar cachimbo, charuto e narguilé somente entre os que gostam disso, sem estar em restaurantes, cinemas, disco, cafés e etc..., o fumante de cigarro deve ficar retrito ao íntimo do seu lar ou do lar dos que aceitam o costume. Na minha casa, por exemplo, nao se fuma cigarro.


Hoje a lei veda ao fumante de charuto ou cachmbo o exercicio desse habito em restaurantes mas o cigarro permanecia legitimado. Isso acabou e acabou tarde.