domingo, 29 de março de 2009

Nunca é tarde...

Estou chegando aos 40 anos e devo admitir que já estou na crise típica dessa idade. A experiência de me ver cada vez mais velho não é confortável.
Sei que há os que, estando com 50, 60, 70 e por aí vai, vão debochar dizendo que a jovialidade está na cabeça ou apontar gente de idade muito mais elevada que tem vigor e disposição física de gerar inveja.
Pois bem, dizem que no ramo jornalístico fato que vira notícia é aquele incomum, v.g., um cachorro que morde uma pessoa é normal e narrar esse fato não vende jornal, mas um homem que mordeu um cachorro - pelo bizarro e incomum do fato - é notícia e vende jornal.
Aplico o mesmo raciocínio a essa idéia da velhice. Envelhecer saudável e com jovialidade é incomum e para poucos. Invariavelmente as pessoas aos 40 não são como eram aos 20 e aos 60 também não são como aos 40. Nosso organismo perde força e se deteriora. Poucos são os que passam ao largo das mazelas que o envelhecimento proporciona.
Mas nomeu caso a preocupação é menos com minha atual jovialidade mas com a certezade que os últimos 20 anos transcorreram rapidamente, muito mais rápido do que eu poderia esperar. E a cada ano sinto que o tempo avança com mais e mais velocidade.
Logo, minha grande e pessoal comoção vem da certeza de que, caso eu não morra antes, os próximos 20 anos poderão passar ainda mais velozes do que os últimos 20 anos.
Mas o que fazer para frear o tempo?
Enganar o cérebro, essa é a resposta.
Realizar novas atividades, algumas antes jamais cogitadas. Hoje é que estou apto a entender o que dizia a minha avó: "Antes tarde do que nunca."
Nunca é tarde para aprender a surfar, tocar gaita, escrever um romance, ser pai, ter um gato, fazer mestrado na europa, aprender a jogar tênis e velejar. Essas coisas, dentre outras, eu quero fazer antes que termine a minha vida. São as que menos referências atuais eu tenho em minha vida e que, justamente por isso, vão demandar mais tempo para meu cérebro aprender e, assim, retardar sentimento de tempo passando.
Ademais, nunca é tarde para descobrir as coisas.

9 comentários:

  1. Não que 10 anos a mais me autorizem a dar conselhos ... mas quem precisa de autorização ?
    O truque é viver bem um dia de cada vez.
    Viver o presente, não o passado nem o futuro.
    Bem... essa é a solução para a crise dos 50.
    A dos quarenta, já faz tempo ... não lembro mais.
    E, para terminar, uma frase lapidar de minha mãe:
    - Envelhecer é uma merda, mas a alternativa é pior.

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  2. "Mas o que fazer para frear o tempo?
    Enganar o cérebro, essa é a resposta."
    Vá com calma... Vc não vai conseguir enganar o cérebro...rs
    "Desencuca"...rs
    Jovialidade é tudo! Nada pior que velho rabugente...rs
    Um dia de cada vez! Sem ansiadade... Zen...

    Ah, e tro a gaita pelo saxofone... É lindo um homem tocando sax...rs
    Sexy e viril!

    Marcos, só pra descontrair... Não há receita pronta.
    Mas seus planos são bons!


    Prazer em conhecer!


    Beijo avassalador!

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  3. FF, gostei das sábias palavras de sua mãe...rsrs

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  4. Avassaladora: é com muito prazer e carinho que a recebo por aqui. Ando meio atrapalhado com as postagens, mas logo me ajusto.

    Sua sugestão do sax é curiosa, nunca imaginei o sax como algo sexy ou viril...rsrsrs

    Vá acompanhando o blog porque sua participação é muito bem aceita.

    Grande beijos.

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  5. Marcão, daqui dos meus 50 não vou dizer "ai, você é uma criança!". Mas, olha, posso te dizer que ainda dá tempo de muita coisa.
    Cheguei aos 50 meio assustada e depois me dei conta que ainda há mais 50 pela frente.
    bjs

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  6. Udi, Udi, Udi...amanhã pode ser que eu me arrependa dessas palavras mas o fato é que hoje não sinto um pingo de vontade de viver até os 100 anos...rsrsrs

    De qualquer modo, faço minhas as palavras da sábia mãe do FF.

    Grande beijo.

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  7. ...mas eu não sei se viverei mais 50. O que importa (que é a idéia passada pelo Flavio quando diz "viva o presente") é como é a sua disposição para a vida agora, hoje! ...sabe? não é aquela coisa "já estou de saída...".
    beijos, querido!
    Muito boa a sua reflexão que também nos coloca reflexivos. Obrigada!

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  8. Udi,
    Tem um amigo que dizia: a partir dos 18 anos (inclusive) a cada aniversário eu contava mais um ano de vida.

    Mas quando cheguei aos 40 eu passei a contar "menos um ano de vida"...rsrsrs

    Grande beijo.

    Em tempo: Há tempos não nos vemos, mas nunca ri tanto com você como nessa época de blogueiros.

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  9. ...é, Marcão, a gente muda, thanks god! ...e os amigos também agradecem... risos!

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