Desde menino que ouço pessoas usarem a palavra "maconheiro" para fazerem referência aos baderneiros e adolescentes infratores. Desde menino que sempre ouço algum desavisado dizendo (ao avistar alguém com ímpeto de agressividade): "Esse cara cheirou muita maconha!"(sic). Desde garoto que vejo pais afirmando que é preciso ter cuidado com aqueles caras estranhos, mal intencionados, que vendem drogas disfarçadas de doces nas portas das escolas. E desde criança que ouço dizer que o esporte livre da droga e que a maconha é a porta de entrada para outras drogas.
Mal sabem essas pessoas que alguém que tenha fumado maconha não faz baderna e que fumar um baseado não conduz alguém a ser batedor de carteira.
Por que? Porque o efeito da droga em questão é de relaxar, não de excitar. O usuário de maconha fica num estado de torpor e de alegria que o máximo que ele faz com ênfase é rir (pelo efeito psicotrópico) e comer (por conta da larica). Nada de agressividade. Aliás, não se cheira maconha, se fuma!
De outro lado, quem oferece maconha e outras drogas para os rapazes são, maciçamente, seus próprios amigos. Quase sempre gente que conhece a família do cara, gente de confiança. São os "camaradas gente boa"que apresentam a droga.
E dizer que quem pratica esporte não usa droga é de uma inocência sem tamanho...
A população brasileira é ignorante em relação a essa droga e isso é uma tristeza. E os políticos, que deveriam promover o esclarecimento da população em geral, são uns debilóides.
Para quebrar o mito de que a maconha é a porta de entrada para outras drogas é que se divulgou um estudo científico bem interessante que não só nega o fato como, ainda, indica o alcool como possível porta de entrada e o reconhece como mais danoso, mais nocivo e mais viciante do que a marijuana!
Há tempos que alguns países usam a cannabis para tratamento de pessoas com glaucoma e nem por isso os doentes ficam viciados.
A maconha vem sendo usada em pesquisas de campo no auxílio a dependentes de crack e cocaína (relaxa e diminuí o estresse decorrente da síndrome de abstinência) e como coadjuvante no tratamento de pessoas com câncer (aumenta a fome e tem efeito analgésico).
Os doentes de câncer se tornam viciados? Não!
E os viciados em crack e cocaína? Vejam só: 68% dos viciados em crack conseguiram abandonar a adição química graças au auxílio da maconha e, posteriormente, por conta própria, deixaram de utilizar a tal. Dizem que o número de pessoas que largam a cocaína é da ordem de 70%. E desse número 90% largaria também o uso da maconha.
Não se trata de defender o uso da maconha. Não se trata de fazer apologia ao uso da droga. Se trata, apenas, de buscar entender o mundo ao nosso redor para dele extrair o melhor para o progresso da humanidade.
Na verdade, melhor seria não haver drogas. Mas se elas existem, dcevemos entendê-las.
Segue o link: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_mito_da_porta_de_entrada.html