Há 29 anos comecei a ouvir rádio FM, era a Rádio Cidade. Ouvir música tinha ficado mais fácil, não precisava mais fazer cópias em fitas cassetes de LPs no 3 em 1, para poder ouvir no rádio gravador National de minha mãe, que podia ser levado para qualquer lugar (da casa).
Até então o que eu conhecia de rádio era o AM que minha mãe ouvia pela manhã. Lembro que ela acordava ouvindo o Vicente Leporace, com seu programa na Rádio Bandeirantes AM. O canto do Uirapuru ficou marcado em minha memória, era a vinheta de abertura e encerramento do programa. Era um programa jornalistico matinal, que na ocasião não ouvia por escolha própria, mas sim por que minha mãe gostava. O formato do programa permanece até hoje na mesma emissora e mesmo horário.
Na adolescência a música era muito mais importante que a notícia para mim, então fiquei "freguês" da Cidade FM. Lembro que no começo da emissora participei de diversas promoções que premiavam os primeiros a ligar e responder sobre o que havia sido tocado. Acho que como era início e não havia muitos ouvintes, sem precisar de insistir muito ganhei alguns brindes. Ia ao estúdio da emissora na Av. Paulista retirar meus prêmios, que iam de adesivos a LPs. O disco da Donna Summer é um dos que guardo até hoje. Na ocasião nem conhecia o trabalho da cantora, mas como era de graça....
Depois muitas FMs surgiram e o dial ficou pequeno, e a Cidade deixou de ser a única opção e passei a ouvir outras, e quando a 89 chegou fui fiel a ela. Muito mudou desde de então, aparelhos mais compactos, surgiram os walkmans, os cds, com discmans, mp3, iPods... e o rádio por muito tempo deixou de ser a minha principal opção para ouvir música.
Em 95 quando a CBN passou a usar a frequência da rádio Excelsior passei a ouvi-la. A correria do dia a dia não permitia mais que eu visse jornais televisivos, e não era sempre que dava pra ler os jornais impressos. Então encontrei nesta rádio o que queria, informação. Hoje ouço além desta Eldorado e BandNews com o mesmo intuito.
O fato é que este veículo de comunicação continua sendo o de mais fácil acesso para todos. E hoje você pode ouvir a mesma emissora pela internet em qualquer lugar do mundo, mas também no radinho de pilha do porteiro, no carro, na academia, em todo lugar. É verdade que a TV hoje também disfruta da mobilidade, porém na maioria das vezes temos que utilizar a visão além da audição para entendê-la. Podemos entre outras coisas dirigir, cozinhar e escrever enquanto ouvimos rádio, já a TV não.
Resumindo, sou fã do Rádio, e concordo quando dizem que é um veículo companheiro, e que nem a TV ou mesmo a internet vão acabar com ele, veja o que já dizia o saudoso Vicente Leporace:
http://www.vozesbrasileiras.com.br/html/mp3/g/g-vicente_leporace.mp3
Adorei! Faço parte dessa geração que, com recursos aparentemente parcos, conseguiu aprender a ser feliz diante das coisas simples e que, hoje, parecem sem importância. É bom lembrar que os pequenos detalhes são formadores das grandes obras. Wau
ResponderExcluirTambém sou fã do Rádio.
ResponderExcluirMas acho que o pessoal do Rádio deveria ser mais fá do Radio também ...
Rádio, pra mim, só tem tido uso para noticiários. Meu gosto musical não tem encontrado eco na maioria das emissoras. Há muitos anos eu me divertia fazendo parte de uma rádio pirata (quando essas ainda eram parcas e sem fins lucrativos) e ali, juntamente com outros amigos, preparávamos nossa programação musical numa linha mais "89 A Rádio do Rock" só que com direito a tocar Kraftwerk, para arrepio dos roqueiros brasileiros mais conservadores.
ResponderExcluirMas é interessante saber que o Rádio não só resistiu às inovações tecnológicas como também a elas se adequou bem: ouço rádio pela internet no meu celular! Algumas são rádios convencionais e outras que só transmitem via internet. Algunmas estão em território brasileiro e outras mundo a fora.
O programa do Vicente Leporace chamava-se "O Trabuco" e, na verdade, o canto do uirapuru fazia a abertura e fechamento do "Primeira Hora", este existente até hoje. Com o falecimento de Leporace, o programa, que vinha logo após o "Primeira Hora", acabou, e em seu lugar surgiu o "Jornal da Bandeirantes Gente", este também no ar atualmente, e na mesma linha, de comentários às notícias.
ResponderExcluirGosto muito do rádio. Penso que é necessário deixar algum espaço para a imaginação, e a inexistência de imagens proporciona isto. Do mesmo modo que adoro livros, não abro mão de que meu cérebro trabalhe inventando imagens...
Na verdade, atualmente escuto menos música pela rádio, a estação que mais ouço é a que trata de trânsito... Ah, a modernidade...