quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A estética cinematográfica da pobreza e da violência no Brasil

Este ano "Salve Geral" foi o filme indicado pelo Brasil para concorrer ao Oscar.

Mas, graças a deus, está fora do páreo. Espero que assim seja sempre que a temática tiver como objeto principal ou pano de fundo a violência, a pobreza, a marginalidade ou outras mazelas do Brasil.

Não sei bem porque as produções nacionais escolhidas para representar nosso país são, senão sempre ao menos quase sempre, filmes que retratam as várias facetas da miséra, da pobreza e da violência urbana no Brasil.

Claro que esse poderoso mecanismo de comunicação que é o cinema, ao insistir nesse conceito de filme, reforça a imagem externa de que o Brasil é um país de miseráveis, bandidos e putas, numa demonstração nítida de falta de criatividade, ousadia. poesia e talento genuíno.

Para muitos se está apenas retratando a realidade de nosso país por meio de tais filmes.

Para outros tantos, dentre os quais eu me incluo, essa asquerosa tendência equivale à total falta de comprometimento com o ideal de externar o que em nosso País há de positivo. Afinal, maravilhas por aqui também existem de sobra e são tão verdadeiras quanto a pobreza e a violência vendidas nos filmes.

Entendo que há no cinema nacional o mesmo recalque que muitos brasileiros têm quando imaginam que tudo que vem de fora é melhor e que tudo que vem daqui não presta. Ou seja, enquanto outros países escondem seus problemas das vistas dos estrangeiros e fomentam a autoestima nós, ao reverso, escancaramos nossas mazelas e estraçalhamos a autoestima do brasileiro.

Gosto de prestigiar o que é nacional, sobretudo o cinema e a música. Por isso é com o coração triste que digo: AINDA BEM QUE ESTE FILME NÃO CONCORRERÁ AO OSCAR!

4 comentários:

  1. Pois é ainda tem o do Lula...
    Publicidade em ano eleitoral.

    ResponderExcluir
  2. Concordo contigo. Vale dizer que tivemos filmes nacionais, bem interessantes que fogem deste apelo da pobreza, miseria e violência.Um exemplo de filme bem humorado e fantastico foi "A mulher invisível", este sim merecia representar o Brasil. Talvez os críticos que compoem a "mesa intelectual cinematográfica", deveriam ser menos dramáticos e ter mais humor.

    Ressalto tbem o filme "A Deriva" que apesar de ser drama, foge dos cliches mencionados.

    Marta Traldi

    ResponderExcluir
  3. Isso é irritante ... Esse pais deveria inspirar mais do que mulheres peladas e favelas para os produtores de cinema.

    ResponderExcluir
  4. Irritante é que eles se acham artistas de primeira grandeza.

    ResponderExcluir