quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Reflexão, música, arte e poesia 3


CASAMENTO de Adélia Prado


Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

3 comentários:

  1. Ai que delicia.. Me fez sorrir e quando sorRIO assim me sinto tão Mar... e tão grata por AMAR!!
    Lindo Marcos.
    By the way, thanks for the visit!
    Beijos,
    Dani

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  2. Oi Marcão!
    Maravilhosos poema e canção.
    Por coincidência, o amor é chef de cozinha e, por mais coincidência ainda, ele está atualmente trabalhando com frutos do mar (sua especialidade, além das massas). Nos dias de folga dele, a grande delícia é ir para a cozinha e ajudá-lo na preparação de pequenas delícias... "cotovelos se esbarrando"

    beijos!

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  3. Dani,valeu pela visita e pelo poema improvisado.

    Udi, que bom que vc veio nos visitar...abraços pro amor...rsrs

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