Algumas palavras como AMOR, FÉ, LIBERDADE encerram o que - no meio jurídico - se costuma rotular de: "conceito geral indeterminado".
São palavras cujos respectivos significados dependem de preenchimento valorativo por parte daqueles que as usam e da finalidade como as usam.
Os conceitos de AMOR, de FÉ e de LIBERDADE, por exemplo, mudam de pessoa para pessoa e, ainda, podem variar em função da maneira como as palavras são empregadas.
O tema, particularizando a palavra AMOR, já foi objeto de um livro clássico da literatura filosófica denominado: "O BANQUETE" de Platão.
E a LIBERDADE é a todo momento objeto de discussões diretas ou indiretas, seja nas obras que tratam de livre arbítrio, seja nas obras que tratam de existencialismo, seja em outras obras filosóficas ou jurídicas, a questão de ser ou não livre é recorrente objeto de reflexão.
Não é à toa que todo tipo de governo, inclusive os totalitários, discursam e justificam seus atos em nome da LIBERDADE.
Particularmente eu não vejo o ser humano como um ser livre, de fato. Temos a sensação de que podemos fazer tudo quanto desejamos e que nosso comportamento é fruto de deliberações livres. Mas a mim isso parece ilusório. Desde o dia em que nascemos essa ausência de liberdade se manifestou: não escolhemos nascer e, daí em diante, todo e qualquer ser vivo é obrigado a tomar decisões, fazer escolhas e agir em conformidade com as situações que se apresentam, limitadas que são pela necessidade ou pela ausência de outras opções eventualmente mais adequadas. Não sabemos ao certo o desdobramento futuro de nossas escolhas e - não raramente - somos influenciados por informações distrocidas ou equivocadas, ignorância e erro; tudo isso sem contar que somos guiados sem notar por nossos ímpetos inatos (que em outros animais chamamos de instinto), por nossas experiências passadas, pelos valores morais do meio no qual estamos inseridos e pelo conjunto de regras e normas que sempre atuam em nossa conduta. Tudo isso age de modo inconsciente em nossas escolhas e com certa frequência nos deparamos com aquela sensação de que se fosse possível voltar no tempo mudaríamos muitas decisões.
Para mim a liberdade só existe quando temos a capacidade de entender plenamente nossos desejos e compreender as consequências finais de nossos atos podendo, assim, discernir exatamente se o que desejamos será alcançado com a escolha feita.
Impossível para nós, seres humanos que temos toda sorte de limitação, inclusive sensorial, a impedir-nos de conhecer a realidade como ela se apresenta. Temos uma pálida idéia do que queremos, somos cegados pela ignorância e, por isso, limitados em todos os níveis de modo a impedir esse pleno discernimento.
Por isso, definitivamente o ser humano não é mais do que um pássaro na gaiola: vc pode voar para onde quiser, dentro dos limites dessa gaiola.
Isso é liberdade? Para mim, não!
Liberdade é um estado de espírito. Dá para ser livre mesmo preso em uma gaiola.
ResponderExcluirJá live arbítrio é outra conversa. Esse, não existe mesmo.
Triste deve ser viver sem liberdade para pensar e se expressar. Limites nós mesmos nos damos...
ResponderExcluirA própria idéia de limite se opõe à de liberdade plena.
ResponderExcluirPor outro lado, eu gostaria muito de conhecer muitos lugares que nos são vedados por diversos motivos. Não foi um limite que me dei, impuseram esse limite como tantos outros limites nos são impostos.