Mostrando postagens com marcador Poesia erótica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesia erótica. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 25 de março de 2011

Coração aprisionado

Ela respirou fundo e admitiu para si:
"A ele eu pertenço e a ele darei meu corpo e meu coração!"
Era esse o seu desígnio e seria essa sua prisão.
"Viver assim, submissa é degradante..." pensou ela um dia.
Mas o romance nem sempre é terno e a ternura nem sempre suave.
Lhe doía mais a tristeza do isolamento em que vivia,
Lhe doía mais não poder admitir a si mesma que a brutalidade lhe satisfazia,
Lhe doía mais viver na mediocridade como suas amigas
Do que colocar seu novo piercing no mamilo
Ou do que usar com ele os pesados niple clips que ganhara no natal.
Agora, despida dos pudores de outrora, ela se dispunha a dar e a sentir prazer, como antes só ousava imaginar.
Desse jeito, ajoelhada e algemada, sentia-se curiosamente livre. Livre para ser e sentir como genuinamente era e sentia.
Lembrou de fragmentos de O MAIS É NADA de Fernando Pessoa e, ajoelhada sobre a cama tal como estava, apenas jogou seu corpo para frente, prostrando-se diante da cabeceira de modo a deixar suas ancas em destaque. Assim, com as nádegas e as partes pudicas entreabertas, fechou os olhos ansiando por ser invadida por seu amor.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Incontinenti

Era um homem experiente
Contemplando o sol poente
E não mais que de repente
Constatou inconsequente
Que não estava doente
Nem delirando ou inconsciente
Quando viu em sua frente
Uma dama reluzente
Com sorriso inocente
E perfume entorpecente
Lembrou-se do passado e esqueceu-se do presente
A moçoila, sua parente
Quando era adolescente
Num vestido transparente
Deu-lhe mais que um beijo ardente
Que lhe fez sentir vivente
O seu falo então dormente

Cá estava ela novamente
Com seu charme irreverente
E olhar impertinente
O que ela tinha em mente
Decidida firmemente
Fez tornar-lhe incandecente
E uma ereção displicente
Inapropriadamente
Surgiu subitamente
Em suas calças de tenente
Sempre há quem desmente
Mas o rumor recorrente
É que de modo incontinenti
O casal alegremente
Cedeu ao sangue quente
E ali mesmo, minha gente
Saciou ferozmente
Sem pudor algum jacente
A libido efervescente

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dor Inevitável

A dor é inevitável... por Elisa Grec



A dor é inevitável
Você não me deseja?
Então se dobre a meus caprichos
Ou não terá nada, nada
Que venha de mim

Tem livre escolha
Prefere viver, sua fétida existência
Sendo sempre a mesma pessoa
Vivendo para o trabalho
Ou quer prazer de vez em quando

Venha, renda-se a meus caprichos
Depois da dor
Sempre um orgasmo inesquecível
Um prazer insuportável
E depois, de volta à dor inevitável!





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Objeto de amor

Sempre escrevo e ilustro o post com alguma imagem que tenha co-relação com o pensamento expressado.

Neste post eu inverti: a imagem é que gerou a inspiração para a escrita.


Dizem que uma imagem vale por 1.000 palavras! Mas ainda assim lá vai um poema de Adélia Prado que a imagem me fez recordar:

Objeto de amor

De tal ordem é e tão precioso
o que devo dizer-lhes
que não posso guardá-lo
sem a sensação de um roubo:
cu é lindo!

Fazei o que puderdes com esta dádiva.
Quanto a mim dou graças
pelo que agora sei
e, mais que perdôo, eu amo.

Adélia Prado, nascida em 13/12/1935, uma das maiores poetisas brasileiras!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sexo ontem e hoje: o mundo não mudou.



Vez por outra ouço algumas pessoas revoltadas com a liberdade sexual e a respectiva expressão dessa liberdade nos tempos modernos com frases do tipo: "esse mundo está uma perdição!" ou "Aonde vamos parar?" ou "Antigamente não havia dessas coisas, as pessoas eram mais decentes".

Em primeiro lugar eu não sei bem o que é o "antigamente" a que essas pessoas se referem. Afinal, em tempos remotos me parece que o sexo era praticado com muito mais liberdade do que hoje se vê entre os cidadãos medianos. Ora, basta se ler um pouquinho sobre história para se saber das festas romanas, dos comportamentos dos gregos, dos babilônios e dos coríntios. Em Sodoma e em Gomorra tanto se fez que a ira divina as destruiu.

Agora, num passado mais recente...bom, também nada mudou!  Afinal, essa foto não é "de hoje em dia":


Nem essa:

Nem essa:

E olha que aqui eu só postei fotos comportadas!

Agora imaginem só o que se fazia naquela época e que ninguém registrava?

As diversas obras literárias a respeito de sexualidade nos permitem entender como, na verdade, o mundo hoje não é diferente de ontem, exceto, talvez, pelo fato de que mais gente voltou a ter acesso ao que uma minoria reservou para si: sexo mais livre.

Soneto Da Donzela Ansiosa, escrito por Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805), é um exemplo de como as pessoas eram "comportadas" nos séculos 18 e 19: 



"Arreitada donzela em fofo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachacho estreito:
De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:
A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrados:
Como é inda boçal, perde os sentidos:
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos."

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ORGIA

ORGIA por Liz Christine



Gemidos
Sussurro
Lábios, pele, beijo
Em seus ouvidos
Ainda procuro
Como descrever o que vejo?
O que sinto ao te ver
Em meio a essa orgia
Nunca quis te pertencer
Tão livre, e você nem sabia
Tudo que poderia
Encontrar
Experimentar
Em si mesma, você
Minha nudez
Meu prazer
Você vê
Um engano? Talvez
Eu queira ser
Sua, talvez, eu nem sei
O que eu senti?
Ao te ver me olhando
Você beijando alguém
Uma pessoa gemendo
E eu gozando
Quero o seu beijo, vem
Estou dizendo
Sussurrando
Meus lábios te procurando
E outro corpo me domina
Outra língua me fascina
Vários corpos, sua mão
E eu tento dizer
Eu te amo
Amo sua mão
Mas você nem vai saber
Que era pra você que eu falei
E foi então
Nesse exato momento
Que escutei
Algum pensamento
Alguém pensando em voz alta
"aquela ali, a ruivinha
a ruivinha é a mais tarada"
Eu, tarada?
Nem vou responder
Te amo calada
E nem vou me arrepender
De estar te pervertendo
Você não era assim
Se liberte em mim
Amor, orgia
Talvez algum dia
Você saiba que eu sentia