quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs, o Budismo e a Morte

Hoje recebi o banner acima e resolvi fazer uma reflexão sobre o pensamento que ele estampa e que é atribuído ao falecido Steve Jobs. Podia ser obra de tantos filósofos existencialistas ou de filósofos hedonistas como poderia ser atribuído a satanistas ou budistas. Se todo mundo pensasse desse modo simplista penso que ninguém chegaria a lugar algum ou o mundo estaria um caos. Afinal, "tudo" cai diante da excepctativa da morte e "nada" é igual para todos além do ponto final dado por ela às nossas vidas. Prioridades, necessidades e importâncias são diferentes de pessoa para pessoa. Note-se que os dois centros de atenção desse pensamento são as expressões "importante" e "seguir o seu coração". Por elas podemos levar o mundo ao caos ou, ao contrário, a lugar algum. Ao caos, se cada qual resolver fazer apenas o que lhe interessar e o que lhe der no "coração". Ficariam assim devidamente justificados os roubos, justiça com as próprias mãos, massacres e toda sorte de opressão. Afinal, se vou morrer amanhã e nada mais me interessa porque minha vida vai mesmo acabar, por esse raciocínio o importante é fazer tudo o quanto melhor me aprouver agora, sem medo de errar e sem medo de cumprir com as expectativas dos outros, fazer apenas aquilo que eu julgar importante agora para mim ou segundo - apenas - minhas convicções. Por outro lado, o lugar nenhum, ou seja, a inação, adviria da simples constatação de coisa alguma é importante diante da morte, tudo se esvai e nada prospera. Todo apego é vão porque tudo é finito e passageiro. Assim sendo, nenhum esforço vale à pena, nenhuma luta se justifica e nem mesmo o vão caminho apontado pelo meu coração tem sentido diante da morte. Se algum mérito tem a divulgação desse pensamento (aparentemente advindo de um empresário tido como gênio) é o de estampar que assim pensam os opressores: sem ética senão a sua própria.






2 comentários:

  1. Eu concordo com teu pensamento. Mas, afinal o que poderia esperar de um homem que se achava infalível, imortal, insuperável?...é natural que a morte para ele tenha desvelado aquilo que ele cita como medo. Infelizmente , acredto que quando ele começou a viver, foi justamente quando começou a morrer. Por outro lado, percebo que quando passamos por situações como esta, o nosso enquadramento muda...até porque a finitude retira os véus de imaginação da imortalidade. Mas, claro....isso muda de pessoa para pessoa....e no mais, acho que perdemos um grande gênio, não é?.....mas, ele tinha que ir, pq não era imortal.
    Bjs

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  2. Alô, A Marcos

    Por curiosidade, vocé tem o primário completo?

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