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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Incompletude inata

Todos nascemos escravos
Somos escravos de nossa incompletude
Nascemos escravos de nossas necessidades
Porque necessidade é premência inata
É carência farta
Que nunca se satisfaz
Todos trazemos lacunas no corpo e no espírito
Esse sentimento de vazio
Velho conhecido de todos os homens
O qual demanda a reparação
Buscada na paternidade, na ciência e na religião
Essa fonte eterna de infelicidade
De angústia e de consternação
Essa incompletude inata
Nos motiva, nos dá vida
Mas também nos mata
Sem hesitação


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Despido

Venha que estou despido
Despido de orgulho
Despido de humor
Despido de audácia
Despido de fervor

Venha que despido te espero
Não tenho mais sonhos
Nem mais esperanças
Me despi da vaidade
Não espero a bonança

Agora assim preparado
Venha que aqui te aguardo
Deitado no frio chão do quarto
Espero a foice da morte
Para a acabar com o teatro

Branca fruta

Disseram-me que o sabor do seu sumo é doce
E que este escorre abundante
Quando se tem o privilégio de abrir sua cabaça
Assim protegido dos olhos curiosos
Juntamente com sua castanha
Uma vez devassado
O prodigioso pomo brindar-nos-a os sentidos
Assim é que sua calda orvalar de rico aroma
Viscosa e inebriante
Alcança os dedos e os umedece
Assim como aos lábios de quem o prova e aprova
De dará agua na boca e coceira na língua...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Beleza

A beleza tem várias facetas
Olhamos e desejamos
Porque o prazer começa nos olhos
Podem ser curvas notáveis
Um  par de seios formosos
Outras vezes sorrisos sinceros
Cabelos, pele ou unhas
Ou um olhar pretencioso
O toque macio das pernas
A alvura da cor da pele
Os pelos arrepiados
Ou a curvatura da pelvis
Gostamos do que enxenrgamos
Do que ouvimos
Ou de quando nos abraçamos
Beleza é coisa tal
Que à mingua de palavras
Expressamos por visual

sábado, 10 de dezembro de 2011

Iguais

Todos fomos
Amados um dia
Desejados um dia
Admirados um dia
Respeitados um dia
Odiados um dia
Invejados um dia
Esperados um dia
Amparados um dia
Observados um dia
Contrariados um dia
Incomodados um dia
Impertinentes um dia
Sujos um dia
Felizes um dia
Infelizes um dia
Um dia
Ao menos por um dia
Todos fomos iguais
Como assim voltaremos a ser
Nos momentos de nossos finais

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Pecado

Senhores eu pequei
E espero um dia ser absolvido
Pelos amigos com os quais falhei
Pelas pessoas que ofendi
Pelos meus pais se os decepcionei
Pelos amores cujas expectativas frustrei
Pelos clientes aos quais o êxito não dei
Pelos irmãos com os quais não solidarizei
Por mim mesmo
Pelas tantas vezes em que hesitei
São por certo pecados menores
Afinal nunca em falso testemunhei
Nunca as coisas furtei
Nunca jamais matei
Nunca meus pais desonrei
Tampouco a mulher do amigo eu cobiçei
Mas se tem algo que eu sei
É que a castidade eu neguei
E desse pecado não me absterei




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Interminável solidão

Oh incansável solidão
Flagelo de muita gente
Involuntário calvário
Contra a qual se é impotente

Oh implacável solidão
Que persegue noite e dia
A vítima de sua chibata
E seus pecados expia

Essa interminável solidão
É algoz sem alma e sem piedade
E se inferno algum existe
É viver assim, ardendo, numa completa soledade


Silêncio

Silêncio é uma opção
O emudecimento é uma arte
Calar nem sempre  é omissão
Ser silente nem sempre é ser covarde
Mas é tênue essa linha
Que separa os dois mundos
Que distancia o homem sábio
Do covarde moribundo
A coragem é como a "calla"
Flor de exótica distinção
Não está por toda parte
E se esconde no coração
A covardia por seu turno
Se encontra em cada esquina
Disfarçada de coragem
Ou de elevada autoestima

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Primavera

Pássaros, flor e chuva
São o prelúdio do verão
Primo vere em latim
Há mais luz nessa estação
Há mais vida ululando
Esperança renovando
Expectativas de outrora
E alegrando o coração
No passado festivais
Oferendas e que tais
Aos deuses e ancestrais
Agradeciam o tempo fértil
De plantio, calor, colheita
E de bonança a espreita
Mas nos tempos atuais
Por obra do progresso
Fez perder a reverência
Por termos tudo em excesso
Se ninguém brinda mais aos deuses
Sem festivais tão fervorosos
Pelo menos pro verão
Preparam-se os corpos formosos

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Incurável solidão


Sofro sozinho
Sofro só
Sofrimento intenso
Não tem dó
Não se importe
A dor é minha
Dor genuína não anda sozinha
Solidão e dor no peito
Andam juntas de mãos dadas
No coração do sujeito
Cada um tem sua dor
Seu remorso, seu rancor
Arrependimento, ira ou lástima
Cicatrizes que não saram
Com remédios ou com plástica
Sofro, choro e perco o sono
Sofro, choro e continuo
Nessa vida sem perdão
Repleta de vazio
De implacável solidão

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O fogo que aquece



Andraus ardeu em chamas
Tal como a antiga Roma
E assim age a paixão
Queima e consome
Incinera o coração
O amor por outro lado
Tão sublime e delicado
Não deixa de ser fogo
Mas não te faz sair queimado


terça-feira, 26 de julho de 2011

Bem me quer, mal me quer

Eu te amo!
É uma frase ou oração?
Só quem sabe é o coração
Para dizer prescinde de paixão
Descnecessário ter tesão
Do contrário não o faria o cristão
Que prega amar o outro como irmão
Por isso está aí a revelação
Não se esqueça e preste atenção
Quem não te diz isso em nenhuma acepção
Ou acha que tal sentença é palavrão
Ou simplesmente te quer longe então.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vênus Calipigia

Calipígia assim chamaram
A escultura helenística
De uma jovem desnudada
Com uma bela forma física

Essa Vênus como disseram
De semblante bem sereno
Levantava a vestimenta
E mostrava o seu "terreno"

Se havia pederastia
Entre gregos de outras eras
Eles por certo bem gostavam
Do bumbum de suas donzelas


sábado, 2 de julho de 2011

Soberba

Nem tudo está perdido
Nada é para sempre
Felicidade dura pouco
Tristeza é você quem faz
Tudo é relativo
Só deus é eterno
O universo é finito
A inteligência humana é limitada
A capacidade de amar é ilimitada
Nem Jesus agradou a todo mundo
Nem todos que usam drogas são viciados
Só sei que nada sei
Ovo faz mal, ovo não faz mal
Vitamina C combate os radicais livres e previne contra op câncer
Vitamina C não previne o cancer
Cada hora uma notícia
Cada hora uma certeza
O saber é pura soberba

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vício Social

Não se preocupam com a pinga
Mas com o canudo ou com a seringa
Quem se importa com o tabaco
Quando seda e pipa é que dá papo
Remédios, jogo, cigarro e alcool
Têm o uso estimulado
O comércio incentivado
O vício premiado
Mas vício é vício em qualquer lado
Rompe e destrói vínculos
Torna o ser humano degradado

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Coisificação

Ela queria ser amada
Ela queria ser respeitada
Ela queria ser sublimada
Teve tudo, não tinha nada

Preferiu ser admirada
Também queria ser louvada
Pensava até em ser invejada
Tudo vazio, era como nada

É que para o reverso estava fadada
Sentiu prazer ao ser subjugada
Lá estava ela sodomizada
De sublimação não havia nada
E não estava escandalizada
Apenas queria ser coisificada
Como objeto, sexualizada

Dali pra frente sentir-se usada
Não era mais ser humilhada
Não era mais ser maltratada
Não lhe fazia indignada
Espontaneamente escravizada






quarta-feira, 8 de junho de 2011

Lição da vida

As coisas da vida
Lembram um dia após o outro
Ao passo que um nasce
O outro está morto





Enseada

Canto um pranto armanso
Canto e num recanto remanso
Danço, balanço e avanço
Descalço, realço o percalço
Me espanto
Mas o balso é falso
Romanço 
Abraço o cachaço
Beijo o regaço sem embaraço
Suo e sinto um mormaço
Quebranto

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Terra de Gigantes

Quando se é jovem
Se tem o mundo aos pés
O tempo é infinito
Se sorri mesmo aflito
Tranquilamente se contorna o revés

Quando se é jovem
O pouco parece muito
O muito parece tudo
Nada é absurdo
O futuro é caso fortuito
Quando se é jovem
Sempre se sonha acordado
Esteja ou não em guerra
No mar, no ar ou na terra
O jovem é sempre soldado
Quando se é jovem
Apenas se é jovem.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Flores


Alguém já notou o signo da flor?
Para uns ela indica amor
Para outros comunga a dor
Lembra um beijo ao traidor
Além de objeto decorador
Pro ambiente agrega odor
E para homem sedutor
Seja jovem ou senhor
Ela faz o grande favor
De abrir portas e pernas com louvor
Mas um olhar elucidador
Notará que em seu esplendor
A flor é macho semeador
De pólen ao seu redor
De vida onde há secor
De sentimenos em "dó maiór"
De lascivia sem nenhum pudor
E de sorrisos em puro candor.