Dia desses eu fiquei impressionado com a postura de alguns amigos numa conversa informal: era tanto preconceito que eu fiquei desconcertado.
Eu não sou e nem pretendo ser politicamente correto, acredito que todos nós temos - de um modo ou de outro - algum preconceito do qual não nos damos conta.
Eu mesmo tenho, cá, os meus e sou consciente disso.
O problema é que eu estava entre pessoas "modernas", relativamente jovens, minimamente cultas, com histórico de viagens para o exterior e com nível socioeconômico acima da média, alguns ligados a movimentos ecológiocs e sustentabilidade, mas que destilavam preconceitos rasteiros contra mulheres que usam roupa extravagantemente curta e homossexuais, sem se aperceberem disso.
Com palavras que iam desde "puta" (para designar uma certa aluna que causou frisson por usar roupa muito curta) até elocubrações absurdas sobre como educar um filho para que ele não fosse gay.
E eu ali, me sentindo um marciano.
Nem preciso dizer que nenhum protesto meu bastou para fazer cessar o assunto.
Nem preciso dizer que nenhum protesto meu bastou para fazer cessar o assunto.
Caraca, pensei eu, quando eu verei um Brasil socialmente mais tolerante?
De minha parte, devo admitir que tenho uma preocupação bastante pequena com questões de paz mundial, sustentabilidade e ecologia.
Queremos mudar o modo como as pessoas se relacionam com a natureza mas nem sequer conseguimos entender e aceitar a natureza humana.
Queremos preservar outras espécies animais de tratamentos cruéis ou deixar de comê-las quando, na verdade, sequer nos esforçamos para aprender a nos relacionar com outros seres de nossa mesma espécie e culminamos numa certa antropofagia social. Se somos cruéis com nossos semelhantes, como acreditar que deixaremos de o ser com um cachorro ou com uma foca?
Queremos salvar o mundo e lutamos pela paza mundial, mas não temos paz em casa com nossos familiares ou com nosso vizinho...
Entretanto, hoje pela manhã senti que há uma luz no fundo do túnel!
O Rio Grande do Sul autorizou o uso daquilo que se convencionou chamar de "nome social" de estudantes transexuais e travestis matriculados no sistema estadual de ensino. Assim, em seus documentos escolares (v.g.: boletins, lista de chamada e etc..) as pessoas poderão ser tratadas pelo nome com o qual são conhecidas e não pelo nome de batismo o que, acredita-se, contribuirá para a inclusão dos mesmos no processo educativo.
O Rio Grande do Sul é o 12º Estado brasileiro a aceitar o nome social da população "trans" nas escolas uma vez que Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Piauí, Paraíba, Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Alagoas já tinham deliberações nesse sentido.
Na minah opinião, este é um grande passo para iniciar-se uma nova era de tolerância e inclusão social.
Excelente notícia!!!
ResponderExcluirVamos fazer uma preocupada manutenção de tolerância e ensinar nossos filhos que é legal ser diferente!
Se a Veja publicar uma matéria dizendo que é aceitável, o pessoal muda de idéia ...
ResponderExcluirAcho que a Veja já publicou algumas vezes.
ResponderExcluirMas com certeza na Superinteressante tem...
Preconceitos e intolerancia... curtos caminhos para violencia
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu novo amigo estou contigo e não abro. É a hipocrisia que existe no mundo. Essas pessoas que fingem o modernismo e de ter a cabeça aberta...... coitadas são pessoas pobres de espírito.
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