sábado, 17 de julho de 2010

Juíza argentina se nega a casar gays mesmo que 'custe sua prória vida'

O AVANÇO CIVIL X O RETROCESSO LIDERADO PELO CANCRO QUE É A RELIGIÃO
Depois de um largo passo pela cidadania ao permitir o casamento civil de homossexuais, a Argentina se vê às voltas com a recusa de uma juíza de paz de cumprir a lei porque, segundo ela, "sabe o que Deus pensa" e entende que ele não compactua com "coisas erradas" com, na preconceituosa, absurda e tosca opinião dela, é a relação homoafetiva.

Disse a idiota, cujo nome u não vou citar: "Que me acusem do que quiser. Deus me diz uma coisa e eu vou obedecer com todo rigor, mesmo que custe meu posto, e mesmo que me custe a vida, porque primeiro está o que Deus me diz".

Essa pessoa sectarista e reacionária sublevou-se sob o argmento curioso de que: "Fui criada lendo a Bíblia e sei o que Deus pensa. Deus ama a todos, mas não aprova as coisas ruins que as pessoas fazem. E uma relação entre homossexuais é uma coisa ruim diante dos olhos de Deus".


E depois ainda tem um bando de debilóides que me acusam de ser radical quando o assunto é religião!

Pois bem, se ela é cristã, sobretudo se for católica, deveria entender um pouco mais sobre a religião que professa. Os dogmas cristãos não autorizam a união homoafetiva, é bem verdade. Mas a bíblia professa o livre arbítrio, o amor ao próximo e a tolerância: cada um faz o que quer e bons cristãos amam-se uns aos outros (mesmo aos inimigos) e não julgam o próximo porque essa é uma tarefa que só cabe a deus. (João 15, 12-14; Mateus 5, 43-48; Mateus 22, 35-38; Marcos 12, 31). Professa, ainda, a conciliação e a paz (Mateus 5, 9) e ela, como juíza de paz, não vai somente contra o reino dos homens representado pela legislação que jurou cumprir, vai - sobretudo - contra as palavras de Deus postas de modo indiscutível no segundo testamento.

Mais do que tudo, o cristão deve respeitar as leis de seu país porque assim o queria Cristo: "“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim acabar, mas cumprir.” (Mateus 5:17).




Assim, essa senhora que - como ser falível que é já nem poderia atirar a primeira pedra (Jo 8:7) porque isso também é contra os ensinamentos de Jesus - jamais poderia arvorar-se (assim como os demais cristãos) paladina da palavra de deus pois, na verdade, ela representa o que há de mais repulsivo numa sociedade religiosa e moralmente sincretica: a intolerância!

Fosse aqui no Brasil eu mesmo faria questão de mover qualquer tipo de medida judicial por sua conduta absolutamente incompatível com o cargo que ocupa, com a condição de cristã e, sobretudo, como má cidadã que é. 

SOBRE A LEI
A lei foi aprovada com 33 votos a favor, 27 contra e 3 abstenções, depois de uma sessão que durou mais de 13 horas e contou com confronto e violência entre cristãos (que representavam oposição à lei) e os cidadãos favoráveis à lei.

Os cristãos lideraram uma intensa - mas mal sucedida - mobilização social para impedir a aprovação do projeto (curiosamente não se vê nenhuma mobilização dessas contra genocídeos, abusos e pedofilia promovida por líderes religiosos e por aí vai).

A louvável iniciativa legislativa, apoiada pelo governo peronista da presidente Cristina Kirchner, acabou por aprovar a lei que autoriza os casamentos gays, fazendo com que a Argentina se converta no primeiro país da América Latina a autorizar esse tipo de união em nível nacional e o décimo no mundo, depois da Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia.

Essa iniciativa legislativa visa a reformar o Código Civil mudando a fórmula de "marido e mulher" pelo termo "contraentes" e prevê igualar os direitos dos casais homossexuais com os dos heterossexuais, incluindo os direitos de adoção, herança e benefícios sociais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário