Há um exame que se denomina PISA (programa internacional de avaliação de alunos) que visa medir o
"entendimento, uso, reflexão sobre e interesse por textos escritos, para que se possa obter resultados, para que seja possível desenvolver conhecimentos e potenciais e para participar da sociedade".
A colocação dos estudantes avaliados é de "nível 2", ou seja, aquela na qual o estudante "começa a demonstrar conhecimentos de leitura que o possibilitam a participar efetivamente e produtivamente da vida".
As notas dos países foram separadas em 7 conceitos:
•1b, 1a (baixo);
•2 e 3 (moderado);
•4 (forte);
•5 e 6 (melhores).
O Pisa busca medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com 15 anos de idade tanto de países membro da OCDE quanto de países parceiros. Essa é a quarta edição do exame, que é corrigido pela TRI (Teoria de Resposta ao Item). O método é utilizado também na correção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio): quanto mais distante o resultado ficar da média estipulada, melhor (ou pior) será a nota.
A avaliação já foi aplicada nos anos de 2000, 2003 e 2006. Os dados divulgados hoje foram baseados em avaliações feitas em 2009, com 470 mil estudantes de 65 países. A cada ano é dada uma ênfase para uma disciplina: neste ano, foi a vez de leitura.
Feita essa preleção, direciono o texto para o foco ao qual eu queria seguir: como poderemos seguir em direção ao progresso se somos, apenas, medíocres do ponto de vista educacional? Como aspirar vencer os preconceitos raciais, de sexo e etc se nossos estudantes sabem, apenas, o elementar? Como poderemos ter cidadãos com estatura intelectual e ética elevada se esses estudantes de nível médio até mesmo quando ao ingressarem numa faculdade deixam de trazer bagagem que lhes permitam entender a complexidade do mundo que lhes espera?
Por isso vemos intolerância a gays com agressões monstruosas aos seus direitos, à sua integridade física e moral. Também por isso vemos trotes violentos nas faculdades.
E não é só!
Ano passado vimos a demonstração do que esses alunos medíocres são capazes de fazer com uma pessoa (Geisy Arruda) que vestia roupas curtas: execração pública!
Afrontada em sua moral e impedida de estudar por estar vestida com "roupas ousadas" a moça conseguiu ser manchete de jornais e revistas no Brasil e no exterior, tornou-se modelo, estampou capas de revistas, conseguiu tratamentos de beleza gratuitos, teve que ser indenizada pela instituição de ensino numa soma razoável, foi ser uma "celebridade" no programa "A Fazenda" e ganhou outra boa soma para posar nua na SEXY tendo se tornado, aliás, a capa mais vendida da revista dos últimos três anos.
Ela tirou a sorte grande graças ao provincianismo brasileiro, graças aos baluartes da hipocrisia e graças à moralidade rasteira que parece vingar em nosso país por conta, justamente, da baixa estatura cultural das pessoas.
Não que a elevação intelectual de alguém lhe retire o nanismo ético que comumente habita em nossos corações. Esse mal todo ser humano talvez traga consigo.
O estudo nos permite abrir não somente as portas da consciência e do discernimento mas, principalmente, ampliar os horizontes de nossa tolerância de modo a, ao menos, não sermos capazes de atos baixos de desrespeito aos direitos do próximo, intolerância e bestialidades a moda da turba de idiotas que molestaram a pobre moça.
Melhor para ela:como ser humano, que é, ela quer o que qualquer um de nós quer, ou seja, ser feliz!
E soube tirar proveito da situação. Teve sorte e soube ser segura quando o mundo lhe caiu sobre a cabeça.
Quanto aos demais? Provavelmente foram os mesmos que compraram as revistas e correram para o banheiro.
Espero, apenas, que tenham aproveitado a oportunidade não para se perguntarem porque foram estúpidos a ponto de perderam a oportunidade de vê-la nua pessoalmente ao invés de dedicarem-se ao onanismo anônimo, mas - isto sim - para rever suas idéias de vida em sociedade e se livrarem de sua pequeneza moral e intelectual.
Essa é minha reflexão do dia.
Só sei que meu marido dá aula de filosofia (2º grau) no estado para adultos (EJA)...e ele não entende até hoje como é possível dar aulas de filosofia para alunos analfabetos. Alunnos que chegaram ao 3º ano do segundo grau sem saber ler e escrever direito.
ResponderExcluirTem gente que erra no nome (passmeee)
Como conseguiram chegar até alí?????
No Brasil tudo é possível, querido!
Também acho que é ótimo quando sabemos aprender as lições!Educação requer muito trabalho, de todos os envolvidos!
ResponderExcluirbeijocas,
mari