segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais vale um gosto a um tostão no bolso. Será?

Essa era a frase que minha mãe dizia toda vez que eu comprava roupas que, para meus padrões de "office boy", eram de valor elevado.

A frase desprezava o fato de que dinheiro não aceita desaforo.

Havia, contudo, profunda sabedoria naquelas palavras por reconhecer que dinheiro é um meio para alcançarmos um fim e não um fim em si mesmo.

Em termos profissionais, poder-se-ia dizer que a frase era uma extensão da idéia confuciana de que "aquele que faz o que gosta jamais terá trabalhado um dia sequer na vida".

Eu sempre acatei plenamente a idéia hedonista de se buscar maximizar o prazer da vida. Afinal, uma vez que ela seja feita de momentos, quanto mais prazerosos forem esses momentos, mais satisfação eu terei e mais palatável será a minha vida.

Também sempre reconheci a importância de dinheiro em nossas vidas: sem ele não podemos fazer absolutamente nada que a vida nos oferece.

Mas hedonismo e busca por dinheiro não excluem o desejo e a possibilidade efetiva de ser útil ao semelhante. 

Logo,  não é inconciliável para mim - que sou advogado - ter prazer em minha atividade profissional ao mesmo tempo em que sou útil ao meu semelhante. Claro que se eu trabalhar de graça não terei dinheiro e sem dinheiro não alcanço os meus objetivos pessoais e profissionais.

Todos precisamos ganhar dinheiro, todos precisamos pagar as contas, todos precisamos por comida em casa e todos precisamos viajar, cuidar da saúde, estudar e ser felizes.

Entre as pessoas que conheço noto que muita gente busca ser feliz e ser útil ao semelhante, como se uma coisa dependesse da outra.

É uma pena, todavia, que médicos, advogados, enfermeiros, mebros do Ministério Público, membros do Poder Judiciário, membros da Polícia, professores e outros tantos profissionais façam, exatamente, o contrário daquilo a que juraram fazer.

Um comentário:

  1. Não sou muito de criticar as ações dos outros, mas fico realmente puto quando alguém ocupa uma posição de finalidade social como você bem menciona (juízes, policiais, professores, médicos) e não cumprem com suas responsabilidades.

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