domingo, 4 de julho de 2010

Filhos

Ainda não tenho filhos, e durante os últimos 2 anos tenho sido cobrado constantemente sobre o tema, seja em rodas de amigos e parentes, seja no ambiente de trabalho. Sempre com tradicionais E vocês, quando vão encomendar um? ou Já tá na hora de vocês providenciarem o de vocês, né? ou ainda Vai ser pai ou avô? e de diversas formas estes comentários surgem. Sei que as pessoas não fazem por mal, e que casar e ter filhos faz parte da vida. A minha resposta para todos sempre foi Sim queremos ter filhos, e talvez por isso continuam nos cobrando.
Conheço casais que não querem ter filhos, conheço casais que não podem ter filhos, conheço casais que adotaram e a grande maioria dos casais que conheço tiveram filhos. Muitos desses não são mais casais, e alguns tiveram filhos e não acompanharam a infância das crianças de perto, ou seja a convivência foi muito maior com avós, com babas e profissionais de creches ou escolinhas que com seus progenitores.
Claro que as condições da vida profissional não permitem aos pais uma dedicação total a seus filhos, mas deixá-los mais tempo com terceiros nos primeiros anos de suas vidas, do que com aqueles que optaram por colocá-los no mundo, eu acho injusto.
Tenho um desejo, não sei se conseguirei, mas quero estar com meus filhos o máximo de tempo que conseguir, e poder fazer com que eles tenham um caráter que seja reflexo de seus pais. E é assim que acho que deve ser, pais precisam participar do crescimento de seus filhos. No mundo atual os pais estão longe de seus filhos , o que resulta numa parcial educação por terceiros. E quando falo educação me refiro não ao aprendizado da escola, mas antes da escola, o aprendizado de valores que ajudam a formar o caráter do indivíduo.
Quem me conhece sabe que adoro crianças e quero ser pai um dia, mas quero poder estar com meu filho. Quero poder participar e acompanhar a vida dele. Não tenho a intenção de ter um filho para que ele cresça sem a minha presença. Quero poder dedicar bastante tempo a ele(s).
Quando vejo como a criança é capaz de apreender tudo que vê e ouve, e a velocidade que isso tudo ocorre fico impressionado, e acho que devemos dar mais e mais para que eles absorvam tudo que puderem. Infelizmente, muitos pais não se preocupam tanto e deixam crianças expostas em demasia a tudo e todos, e esta capacidade de absorção pode incluir no caráter destes futuros adultos características indesejáveis...
Valores e caráter são transmitidos pelas ações no dia a dia dos adultos presenciadas pelas crianças.

5 comentários:

  1. Renatão,
    Eu já refleti muito sobre isso.
    Se eu for pai um dia tb quero estar presente na vida dos meus filhos.
    A questão é que fico com a plena certeza de que nossa influência sobre nossos filhos não será tão decisiva assim como a de nossos pais também não o foram em nós.
    Fizemos coisas que nossos pais não aprovariam. Fizemos coisas que nossos pais nunca pensaram em fazer. Seguimos caminhos e tomamos decisões que eles próprios não seguiriam.
    Temos valores distintos dos deles, sim. Podem não ser diametralmente opostos mas são bem diferentes. Na questão de valores, sobretudo falando por mim, não tenho dúvidas: meus pais têm pouca parcela de influência na minha vida.

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  2. Marcos, não era este o foco do post, mas já que comentou...eu tenho certeza que a base de meus valores e meu caráter foi plantada e semeada por meus pais. Os caminhos que trilhei a partir do momento que passei a ter consciência de meus atos, isso sim é fruto do que apreendi, seja em casa seja na escola ou qualquer outro ambiente.

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  3. Renato,

    Demorei um tempão decidir pela Manoela, eu tinha uma série de "senãos" e alguns muito parecidos com os seus...

    Hoje, tenho certeza de que a Manoela interefere mais nas minhas decisões do que o contrário. Independente do que vc ensine a uma criança existe a "persolidade dela" que creio seja difícil que os pais consigam alterar.

    Seu filho não precisa ser um super heroi ou vc o melhor pai... Vc certamente verá que a relação entre pai e filho e muito além disso...e essa é a melhor parte...

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  4. Rê, se esse não era o foco do post (a influência dos pais sobre os filhos) qual era, então?

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  5. Marcos, a influência de outros sobre nossos filhos...

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