quarta-feira, 28 de setembro de 2011

José Ortega y Gasset

Certa vez li que a letra da música ALEGRIA, ALEGRIA foi composta por Caetano Veloso muito tempo antes de ser unida aos arranjos respectivos.

A letra, com cerca de 45 anos, faz alusão às pessoas alienadas daquela época, gente preocupada com as notícias das estrelas de cinema, como Brigite Bardot e Claudia Cardinale, enquanto o mundo ardia em guerra. 

Sugere a Coca-Cola como símbolo da alienação e da colonização norteamericana.

Mulheres alheias às conquistas espaciais e mais preocupadas com o casamento que seus respectivos namorados.

Pessoas "superficiais" sem vontade de ler livros ou jornais e pouco preocupadas com as notícias do mundo, fossem elas quais fossem, enquanto sonhavam no estrelato propiciado por "cantar na televisão"

Não é tudo isso que ainda vemos hoje? 

Sei lá, repentinamente lembrei da obra de José Ortega y Gasset que escreveu um texto interressante sobre a decrepitude social cujo link segue: "A Rebelião das Massas".

Segue aí a letra e o vídeo. Música ótima, adoro!



ALEGRIA, ALEGRIA

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou...
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...

Um comentário:

  1. Marcos, já vi uma leitura dessa música como a descrição de uma banca de jornal! Era uma leitura em que cada verso se ligava a descrição de uma revista, ou as manchetes dos jornais, na época da música as revistas eram expostas abertas.
    bjs
    Jussara

    ResponderExcluir