sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sabedoria Egípcia


Reza a lenda que no antigo Egito se acreditava que após a morte as pessoas eram submetidas a duas perguntas feitas pelo guardião do paraíso. A resposta dada pelo falecido a essas duas perguntas é que determinavam se ele seria ou não aceito para descanso eterno.

Essas perguntas eram:
1. Você foi feliz enquanto vivo?
2. Sua existência trouxe felicidade ao outros?

De outro lado, é atribuído a Sócrates (o filósofo grego, não o célebre jogador alvinegro) a criação dos três filtros da palavra (ou fofoca).

Dizem que certa vez alguém procurou o ateniense para dizer algo sobre outro alguém e ele assim reagiu:

- Estás bem seguro de que aquilo que me vais dizer é verdade?
- Não - disse o homem. Realmente só ouvi falar sobre isso e ...
- Bem! - disse Sócrates. Então, na realidade, não sabes se é verdadeiro ou falso. E o que me vais dizer sobre o meu amigo, é uma coisa boa?
- Não. Pelo contrário...
- Então, queres dizer-me uma coisa má e que não estás seguro que seja verdadeira. Mas posso ainda ouvir-te, porque falta um filtro, o da utilidade. Vai servir-me para alguma coisa saber aquilo que me vais dizer sobre o meu amigo?
- Não. De verdade, não...
- Bem - concluiu Sócrates. Se o que me queres dizer pode nem sequer ser verdadeiro, nem bom e nem me é útil, para que é que o queria saber?


Lendas ou não nós deveríamos relembrar isso como lições diárias.

Seja na relação cotidiana com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e vizinhos, patrão ou empregado; seja na condição de prepostos ou representantes de outrem; seja na condição de consumidores ou empresários sempre podemos usar as duas perguntas e os três filtros para tornar nossa vida melhor (sim, porque se você se esforçar para tornar o mundo melhor, seu vizinho fizer o mesmo e assim por diante, por lógico que sua vida será melhor já que os benefícios dessas mudanças voltaram para você).

É comum algum funcionário agir em nome da empresa, fazendo-lhe o que lhe foi mandado mas que é antiético, imoral e - não raramente - ilegal. Desde o mercadinho da esquina até grandes concessionárias de serviços públicos os funcionários sempre dizem que a culpa não é deles, apenas cumprem as ordens. Seus superiores se justificam do mesmo modo até que os Presidentes informam que só fazem seguir as diretrizes que a "matriz" manda e sempre em prol dos acionistas que, por seu turno, se justificam dizendo que não são eles que tomam as decisões.

Ora, nessa escala hierárquica ou social todos e cada de nós é responsável, sim, por tudo que ocorre ao nosso redor! Não há desculpas. Quem se submete a fazer o que é imoral o faz pensando em si mesmo e não porque cumpre ordens da empresa, por exemplo. O faz porque acredita que assim assegura-se em seu emprego. Quem o manda fazer, idem. Os acionistas que permitem isso e continuam acionistas pensam no próprio bolso. Se todos e cada um de nós policiarmos nosso próprio comportamento em face do outro isso nos volta em forma de efeito dominó. Constrói-se uma sociedade justa e equilibrada a partir da mudança individual de respeito ao próximo e a nós mesmos.
Isso é amor!

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