Muito blábláblá e pouca atitude.
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Atriz Pornô e cantora Bridget Powers, anã. |
Quando falamos de inclusão social pensamos em trazer ao "mundo real" pessoas que por suas características sociais, culturais, físicas ou sexuais não gozam de acesso às potencialidades do mundo ao qual pertencemos.
Inclusão social nada mais é do que o ato de criar meios de acesso ao estudo, ao lazer, ao trabalho, ao transporte, a cultura, à habitação, aos cuidados com a saúde e, porque não, à sexualidade a todos os cidadãos independentemente de suas limitações e com a autonomia que todo ser humano quer ter.
Estamos falando de respeito à diversidade e à dignidade humanas.
Mas, todavia, contudo, porém, não obstante...o que, de fato, fazemos para tornar efetivo esse acesso irrestrito, esse respeito à diversidade, essa atenção à dignidade????
O que as mentes pensantes conseguem de efetivo e relevante trazer ao cenário da cidadania e da política neste nosso País????? Nada!
Todo mundo tem acesso acesso irrestrito às praias? Não!
Todo mundo tem acesso irrestrito à saúde, à cultura, ao lazer? Não!
As ruas e calçadas estão preparadas para a liberdade de ir e vir de deficientes físicos? Não!
Pessoas foras do padrão como gordinhos, cadeirantes, cegos ou amputados não têm ambientes já preparados para recebê-los. Idem para os mais altos.
Até igrejas não estão adaptadas para receber a diversidade, mesmo porque tolerância é palavra que nem sempre é lembrada por religiosos e fiéis.
Agora, por outro lado, curiosamente a indústria da diversão adulta sexual está sempre atenta às necessidades humanas e, curiosamente, é das que mais respeita a diversidade humana e, mesmo assim, sempre é alvo de criticas em geral (algumas críticas fundamentadas e outras nem tanto).
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Atriz Pornô "Super Star XXX" que tem 32a e pesa 180kg |
Há filmes pornôs para todos os gostos: para os homossexuais, heterossexuais, bissexuais; para quem gosta de negros, brancos, amarelos e vermelhos; para quem gosta de magros, malhados ou gordinhos; para pessoas comuns e para quem gosta de sexo mais rústico ou de pessoas fora de padrões estéticos vigentes, para quem gosta de jovens e para quem gosta de gente mais velha.
Como o caso da atriz ao lado. Bizarra para alguns, atraente para outros. Tanto assim que ontem, na UOL e em outros meios de comunicação, ela foi manchete: há menos de um ano era cabeleireira quando ingressou no mundo dos filmes pornográficos e hoje detém milhares de fãs. Melhorou sua autoestima, sua conta bancária e não fez mal a ninguém.
O mesmo se aplica à anã cuja foto segue mais acima. Virou cult e é atriz pornô...
E a atriz "senhoura" Gretchen.
Claro que assim como a bebida, o cigarro, a gordura, o chocolate, o açucar, o plástico e o combustível, essa indústria multibilionária tem dois lados (o bom e o ruim) e esse ora enfatizado é um lado peculiarmente bom.
Essa industria não tem preconceitos e se nutre do atendimento à necessidade humana mais básica e instintiva, se pautanto pelo conhecimento de que o ser humano não raramente tem prazeres inconfessáveis os quais sacia silenciosamente entre quatro paredes.
E quanto aos objetos de satisfação solitária para todos os gostos e limitações humanas?
É o caso do "sequeel", pequena engenhoca que as meninas do
"SOZINHA OU ACOMPANHADA" descobriram e que se presta a substituir o "cunnilingus" humano:
Fico impressionado como a capacidade humana de pensar no próximo é tão limitada.
Enquanto isso tudo ocorre sob nossos olhares passivos, criticamos avidamente a cultura do erotismo e da pornografia. Apedrejamos publicamente qualquer um que goste de assuntos ligados a sexo, que fale do tema sem falsos pudores e somos hipócritas o suficiente para aceitarmos ver com nossas famílias, em horário nobre, os BBB´s da vida (veja que o deste ano tem muita diversidade: travesti que é transgênero, garotas que se exibiam em sites eróticos, rapazes que fizeram aparições em revistas gays e cujo apelo maior nada mais é do que corpo e sexo).
Deveríamos seguir o exemplo dos profissionais da indústria do sexo no sentido de fazermos esforços reais para romper preconceitos e dar abertura à diversidade humana e à inclusão social em questões diárias tão ou mais relevantes quanto o sexo.