"Bruna Surfistinha", filme baseado na vida dessa garota de programa que dispensa apresentações, atingiu a marca de 1 milhão de espectadores e arrecadou R$ 9 milhões em seu segundo fim de semana de exibição.
Eu me lembro que quando a Bruna resolveu escrever um livro sobre sua vida (O doce veneno do escorpião) uma gama gigantesca de vozes se ergueram fazendo pouco caso sobre a iniciativa. A maioria das vozes era feminina!
Não faltaram mulheres criticando a vida da "puta" (como diziam), preocupadas com a idéia subversiva dela falar sobre sua vida e potencialmente poder contaminar outras jovens com a glamourização da vida de "puta", não faltaram mulheres criticando o fato dela ter "roubado" o marido de outra e criticando, até mesmo, a beleza (ou ausência dela) da Bruna.
Enquanto isso a moça já tinha feito a vida com prostituição de luxo, fez filmes pornôs, lançou seu livro e viu sua vida se tornar um filme de sucesso.
Alheia à opinião dos outros ela seguiu sua vida com os percalços que qualquer outra pessoa também tem.
Conquanto as críticas mais ferozes que eu tenha ouvido originem-se, justamente, de mulheres, o público que comprou o livro e que agora vai maciçamente ver a vida da moça nos cinemas é, curiosamente, o feminino.
Dá para entender?
Num Brasil em que as mulheres fazem comentários mais do que machsitas conservadores sobre "costumes/comportamento/homem-ideal" em contraposição à tão desejada igualdade e emancipação; num Brasil em que as mulheres são mais machistas conservadoras que os próprios homens; num Brasil em que as mulheres são muito preconceituosas e duras com suas pares é preciso admitir que a Bruna foi muito corajosa ao afrontar a hipocrisia e a vontade reprimida de muitas mulheres. E sua coragem lhe trouxe sucesso.
Alguém já se perguntou porque as mulheres gostam tanto de filmes nos quais a personagem principal é puta? BONEQUINHA DE LUXO e UMA LINDA MULHER são exemplos disso e eu gostaria de entender melhor a questão.
Por outro lado...ontem foi o dia internacional das mulheres, dia que sempre traz à tona o ideal de luta feminina por igualdade (leia-se mesmos direitos, mesmas obrigações e tratamento equânime dentro e fora do lar), por emancipação (leia-se autosuficiência e independência econômica e financeira) e contra aquilo que se chama de "coisificação da mulher" (leia-se tratamento da mulher como "objeto" de satisfação do desejo masculino de dominação e autosatisfação envolvendo contraprestação pecuniária ou não) e exatamente por isso a Bruna é emblemática: ela, como uma grande parcela de suas pares, "coisifica-se", se presta remuneradamente a objeto sexual por vontade própria e por prazer, não por coação ou necessidade, desmistificando a idéia da mulher-objeto-vítima como pregavam as feministas de outrora.
Algumas mulheres gostam de ser objeto sexual. Algumas mulheres unem o útil ao agradável e gostam de ganhar dinheiro com isso cobrando seu cachê na hora em que os serviços são prestados. Outras mulheres vendem sua companhia, vendem sua beleza, seduzem-se pelo poder do dinheiro e só depois é que cobram (e cobram mais caro como diria o Alexandre Pato...rsrsrs).
De todo modo, tenho observado que em tempos de luta pela igualdade e pela emancipação, seja a mulher feminista ou não, aqui no Brasil o que importa mesmo é se o cara paga a conta! Coisificação mais prosaica que essa eu não conheço.
Não tenho nada contra a Bruna, achei o livro ruim, conta uma história,só que na minha opinião conta mau.Não vi o filme ainda mas me parece que o roteiro é bom. Tem gosto para tudo,tem mulheres que acham o dia internacional uma bobagem, outras acham que é o momento de "gritar" por direitos, eu não acho nem uma coisa nem outra, por isso postei sobre uma mulher pra lá de polêmica. Cada um sabe de sua vida! Acredito em direitos e deveres iguais.
ResponderExcluirFui (estou aposentada) uma pofissional muito respeitada, nunca fui discriminada por ser mulher, fui esposa, mãe e agora avó e nunca precisei levantar bandeira. Basta que cada um faça por onde respeitando o outro.
bjs
Jussara
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTem razão. As mulheres são mesmo preconceituosas umas com as outras. E eu não me isento dessa culpa. Por mais que eu aprecie a ideia de liberdade absoluta, às vezes me pego criticando uma outra por um motivo banal. Mas me pego e me corrijo.
ResponderExcluirQuanto à Bruna, admirei nela a coragem de abordar, sem vergonha, uma coisa que todo mundo sabe que existe mas chuta pra debaixo do tapete como se fosse bicho de sete cabeças. A prostituta presta um serviço, nada mais. Se ela faz por vontade própria não há problema na escolha da profissão. Só há problema quando a pessoa é escravizada, aí já são outros quinhentos.
Ademais, eu simpatizo muito com as prostitutas, não sei porque. rsrs
Agora, auto lá quando diz "seja a mulher feminista ou não, aqui no Brasil o que importa mesmo é se o cara paga a conta!" Isso não é regra. Existe? Existe. Mas não são todas. E talvez nem a maioria. Eu sou casada e quero construir junto. Não ficar em casa de flosôr enquanto um marido constrói para eu gastar!
:)
Eu topo.
ResponderExcluirnao sei ser mto constante, meu note quebrou. mas eu topo
anaipassarella@hotmail.com (msn)
rá, sim meu nome é Ana
Não li o livro e não vi o filme.
ResponderExcluirMas conheço algumas garotas de programa e já frequentei alguns (poucos) "locais de trabalho" das meninas.
Foi o suficiente para desmontar todos os mitos à respeito dessas mulheres e dizer, com segurança, que seu principal traço de distinção é a capacidade de dar muito pedindo quase nada em troca.
Claro que generalizações são estúpidas quando se trata de pessoas (e particularmente de mulheres), mas sou um defensor da "classe" e rejeito sua estigmatização.
Sexo e carinho são necessidades básicas e é justamente o tabú que cria um sentimento negativo e um ambiente ruim em torno dessa atividade.
Bom seria que as mulheres que estão dispostas a oferecer esse serviço e viver dele pudessem receber orientação, treinamento e suporte social.
Ainda melhor se mais homens se dispusessem a isso também, e que as mulheres tivessem a liberdade de pagar por sexo sem constrangimento.
Não posso falar do filme porque não assisti, mas algo me diz que é muito ruim. Preconeito? Sim. Mas não com relação ao comportamento da mulher, mas com relação a produção. Parece um filminho bem porcaria. Não tive coragem de ver.
ResponderExcluirProstitutas?
Bom, pelo menos elas ganham com isso. E aquelas que fazem de graça?
Agora q eu consegui ler seu post com calma.
ResponderExcluirEu nao me acho machista.., como diz minha amiga, mas tbm nao sou feminista, sou feminina.
Vi o filme, como filme ficou ate legal. Nao li o livro. Conheci umas gurias que tinham esse livro como livro de cabeceira. Sei lá, achei estranho. Se eu tivesse livros de cabeceira sobre vidas de mulheres seriam mulheres cientistas, astronautas.... nada contra as putas, mas qualquer um/uma pode ser puta.
Sei la... enfim...
Não dá para dizer que as prostitutas sejam melhores ou piores do que qualquer outra profissão, intelectualizada ou não.
ResponderExcluirMoralmente execrada, religiosamente excomungada, a prostituição é - em nossa sociedade - considerada umaq prática que ofende a moral e os bons costumes e não é qualquer pessoa que consegue afrontar tais pilares sociais do modo como fazem as meninas que ganham a vida com entretenimento adulto.
Penso que para alcançar o sucesso (palavra que uso na acepção de satisfação pessoal/profissional/financeira)é preciso ter dom e habilidade, inclusive para se prostituir e mesmo para isso não me parece que qualquer pessoa esteja preparada.
Acho que vc leu nas palavras da Fabi o que quiz, e acho tb que ela se expressou um pouco mal! Pagar a conta como carinho e gentileza, e vc e ela erram ao generalizar! No Brasil???? Um pouco demais, especialmente considerando que a maioria dos lares brasileiros é sustentado pela mulher! O homem foi embora!
ResponderExcluirQto à Bruna não li o livro não vi o filme não, tenho curiosidade! Não posso opinar!
Qto às putas e sedução, Uma linda mulher e bonequinha de luxo, puta vítima que acha o príncipe como nos contos de fadas, taí a explicação em termos gerais!
Melhor mesmo seria como disse seu amigo Ferrari, legalização, educação e prostitutos pras mulheres que querem só sexo e podem pagar por isso com segurança e sem constrangimento.
Mulheres machistas e atitudes super machistas de mulheres... COM CERTEZA VC ESTÁ CORRETÍSSIMO!!!
Tem um livro magnifico sobre o significado da prostituição chamado " A Prostituta Sagrada" Acho que vc curtiria muito essa leitura, by the way, concordei com vc sobre o texto da Fabi e tivemos uma longa conversa a respeito!
Saudades e beijocas,
Mari
Mari, este texto e o dela não têm qualquer ligação.
ResponderExcluirEle estava preparado antes de eu ler o dela.
Nasceu da convergencia do dia das mulheres com a divulgacao da bilheteria do filme e com um texto sobre quem paga a conta divulgado na internet pela revista Nova. Coincidência pura.
Aliás o tal texto vale a pena ser lido para vc ver que não eh generalização minha: eh pesquisa de campo que concluiu que no Brasil a maior parte das mulherese espera que o homem deve pagar a conta do restaurante.
ResponderExcluirBom Antonio Marcos a revista Nova é uma bosta! hahahaha e um bom manual pra trepar legal!!!! Tirando isso é super centrada nas classe A e B+, então não dá pra generalizar num país que a maioria das mulheres são pobres mesmo e os caras não pagam nada pra elas, mal se levantam no ônibus como gentileza para idosas ou grávidas! Sei lá ... eu acho isso tudo meio absurdo pra ser sincera!
ResponderExcluirE então vamos no jantar da Tuca????
bjs.
Mari
Puxa vida Mari, mas não é exatamente para esse grupo priviliegiado de mulheres da classe social A e B+ que a luta pela igualdade mais beneficiou? Não seriam elas, mulheres mais iluminadas pelos conceitos do feminismo, que deveriam puxar o exemplo da igualdade e tal?
ResponderExcluirMari, nem sei do jantar...acho que não fui convidado...rsrsrs
ResponderExcluiros caras pagaram pra comer essa baranga?????
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