quarta-feira, 2 de março de 2011

Quem lucra com o preconceito

Dia desses eu vi uma matéria no CQC na qual se alegava que paulistano é preconceituoso, que dá mais valor a quem é daqui, mais espaço a quem é daqui e não contrata, não trata bem, nordestinos.

Claro que como em qualquer grupo social há quem não goste de negros, de nordestinos, de gordos, de advogados, de policiais, de evangélicos e, até mesmo, de quem sorri demais.

Isso sempre existiu e sempre existirá em qualquer lugar do mundo por onde se passar.

Mesmo quem peremptoriamente diz que não gosta de preconceituosos está sendo preconceituoso, afinal não quer sequer se preocupar com os motivos que levaram essa pessoa a ser preconceituosa e, na minha opinião, muitos preconceitos não são gratuitos mas legítimados por uma nefastas experiências que esse alguém sofreu!

Agora, voltando ao CQC: o tal programa exibiu aquela matéria supra referida em que 02 pessoas (um pretenso nordestino e outro paulistano) procuravam emprego em 03 estabelecimentos diferentes. Sendo que apenas em 01 os candidatos receberam tratamentos distintos e em dois foram bem recebidos, bem tratados e até mesmo encaminhados a sugestões. A questão é que à mingua de maiores elementos desse "preconceito" o programa forçou a barra com o último estabelecimento e de forma nitidamente vil e constrangedora implicou as pessoas que ali estavam como se preconceituosas fossem. E tudo para o que mesmo???? Para ganhar audiência...Ética que é bom? Nada!

Curiosamente, no entanto, seus âncoras foram condenados por tratar uma atriz pornô como prostituta e fazer troça da figura dela (como se deu com a Pamella Butt) e devrão pagar indenização por ofensa à moral da moça (se bem que a questão agora está em fase recursal). Dito isso, que moral eles têm para sairem por aí com seu programa de TV pretensamente intelectualizado, expondo e julgando as pessoas de maneira vil? Nenhuma! Visam lucro e só.

Por essa e por outras me abstenho com gosto de ver TV.



2 comentários:

  1. O Marcelo Tas é um cara inteligente. Tive o prazer de ser entrevistado por ele um dia na vida e me surpreendi positivamente.
    Curiosamente assisti o mesmo programa que você e concordo plenamente com sua avaliação. Uma tremenda forçada de barra.
    O problema com quem faz programas humoristicos é exatamente esse .. não demora muito para que tudo seja desculpável em favor do humor que, rapidamente, alcança o status de "de gosto duvidoso".

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  2. Curioso que, quando vazou aquele áudio do Boris Casoy sendo deselegante (pra não usar outros termos) com os garis que desejavam "Feliz Natal", os CQC's acharam não mais que "engraçadinho" o descuido do colega de emissora.

    Acontecido isso, comecei a ver o CQC com outros olhos e me dei conta de que o que eles fazem ali é semelhante ao que se faz em igrejas: se aproveitam da boa fé das pessoas, da nossa fé na justiça, pra conseguir audiência.

    E então, parei de ver de vez.

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